A autoestima em termos práticos
Embora possuamos conhecimento intuitivo do que signifique amar e aceitar a si próprio, às vezes, torna-se difícil definir a autoestima em termos práticos. Naturalmente, trata-se de um conceito difícil de elucidar sem soar muito abstrato, a tal ponto que alguns psicólogos, como Albert Ellis (2005) – também escritor e fundador da Terapia Racional Emotiva Comportamental – questionaram sua relevância. Mesmo que não concordemos a respeito do poder da autoestima, somos capazes de reconhecer os comportamentos que nos fazem “sentir bem”, confiante e em harmonia com nós mesmos.
Como não é a minha intenção estender o debate, tampouco aborrecer-lhe com uma longa lista de sinônimos, eu reuni 5 conceitos que considero como os pilares de uma autoestima saudável. Meu objetivo consiste em explicar a autoestima em termos práticos, de modo que você desenvolva um mapa claro do que ela significa.
A seguir a autoestima em termos práticos:
IDENTIDADE: a minha autoestima é alta quando eu sei quem eu sou e o que quero, assim como meus gostos e preferências. A boa autoestima é reflexo da minha capacidade de me identificar com quem sou, além de me permitir viver de acordo com o que realça meu caráter e personalidade. Meu senso de identidade também me conecta com o aqui e agora, guiando-me na direção do autoconhecimento e para onde eu realmente quero estar. Faz-me sentir inteiro, congruente e em harmonia comigo mesmo.
Pontos fortes associados com um bom senso de identidade: confiança, autoconfiança, congruência, autonomia, integridade
LIMITES: meus limites pessoais, quando seguros e ativos, conferem-me uma sensação de controle e autonomia sobre mim mesmo. Quando sou capaz de dizer “não” ao que não me convém, priorizo o meu bem-estar contra interferências prejudiciais. Meus limites também protegem e preservam a minha integridade. Honrar meus sentimentos e respeitar os meus limites resulta em um processo de autoafirmação e fortalecimento da minha própria essência por meio de minhas ações e comportamentos.
Pontos fortes associados com limites pessoais saudáveis: assertividade, autorrespeito, independência, confiabilidade
VALORES FLEXÍVEIS: uma boa autoestima também depende de minha habilidade de reestruturar minhas crenças para que correspondam a minha identidade, pois valores saudáveis se adaptam às minhas necessidades e circunstâncias pessoais. Quando o que acredito vai ao encontro de quem sou e de minhas escolhas, sinto-me em união comigo mesmo. Meus valores não são estagnados ou criados para transcender o tempo, mas se desenvolvem juntamente comigo e ao longo do meu próprio processo de mudança e crescimento pessoal.
Pontos fortes associados com valores flexíveis: flexibilidade, tolerância, bondade, empatia, espontaneidade, criatividade, mente aberta e complacência
ATRIBUTOS POSITIVOS E VULNERABILIDADES: aqueles com uma autoestima saudável são capazes de reconhecer as suas qualidades e viver em paz com seus pontos fracos. Eles exibem um maior nível de autoconhecimento, pois são capazes de se autoavaliarem considerando todos os aspectos que os tornam únicos, sejam negativos ou positivos, e de maneira não tendenciosa.
Pontos fortes associados com atributos positivos e vulnerabilidades: objetividade, imparcialidade, maturidade, honestidade, justiça, autoaceitação
JULGAMENTO EQUILIBRADO: a capacidade de distanciar-se de seu próprio comportamento e analisá-lo a partir de uma perspectiva realista é uma das melhores maneiras de demonstrar amor e respeito por si mesmo. Sua autoestima recebe um impulso duradouro quando você consegue não equiparar o seu valor exclusivamente à qualidade de suas ações, mas é capaz de valorizar a si mesmo independentemente do resultado.
Pontos fortes associadas a um julgamento equilibrado: praticidade, clareza, inteligência, racionalidade, precisão, confiabilidade
Dependendo de sua educação ou perfil cognitivo, pode tornar-se difícil manter os mencionados pilares para sustentarem a sua autoestima. Se você precisa de ajuda extra com isso, veja as minhas recomendações de leitura sobre a autoestima. Para obter ajuda profissional, entre em contato comigo para saber como eu posso ajudá-lo a aumentar a sua autoestima com a Terapia Cognitivo-Comportamental.
Referencia:
Ellis, Albert (2005). The Myth of Self-esteem: How Rational Emotive Behaviour Therapy Can Change Your Life Forever. Amherst, NY: Prometheus.