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5 sinais de que o seu problema de peso está relacionado a um trauma

5 sinais de que o seu problema de peso está relacionado a um trauma
As vítimas de abuso emocional, negligência física e/ou abuso sexual são mais propensas a recorrerem à comida para equilibrarem as emoções

A conexão entre os maus comportamentos alimentares, como a restrição calórica e o vício alimentar, e o trauma é amplamente aceita (vide pesquisas abaixo). Portanto, caso tenha dificuldade de manter um peso saudável, é fundamental saber que apenas uma mudança na dieta pode ser insuficiente para produzir efeitos duradouros. Para se tornar ciente de como a saúde mental afeta o seu relacionamento com a comida, elenca-se 5 sinais de que o seu problema de peso está relacionado a um trauma:

1- Você come de forma emocional para se sentir melhor. A alimentação emocional é motivada pelos sentimentos negativos dos eventos traumáticos que ficam armazenados no corpo, como a solidão, o cansaço, a ansiedade, a tristeza, a vergonha, a culpa e a raiva. As vítimas de abuso emocional, negligência física e/ou abuso sexual, por exemplo, são mais propensas a recorrerem à comida para equilibrarem as emoções e lidarem com o estresse traumático (Kong et al., 2009). Conforme Stojek et al. (2019) esclarecem: “De uma perspectiva psicológica, consumir alimentos com alto teor calórico que estimulam o neurocircuito de recompensa é uma poderosa estratégia de regulação emocional em resposta ao aumento do estresse”.

2- Você se alimenta de forma desregrada para desafiar a autoridade. Você expressa a raiva dos pais abusivos e o controle do próprio corpo comendo demais ou de modo irresponsável para não se submeter a dietas rígidas e aos padrões de beleza.

3- Você se alimenta pouco para desafiar a autoridade. Você expressa a raiva dos pais abusivos e o controle do próprio corpo fazendo dieta e torna-se mais magro para provocar-lhes inveja ou ressentimento por sua autonomia e perda de peso.

4- O seu sobrepeso faz com que se sinta seguro. Você se sente mais forte e menos vulnerável ao abuso quando está fisicamente maior ou “invisível” a fim de protegê-lo da atenção alheia.

5- Você é viciado em açúcar. O trauma do desenvolvimento mal resolvido e o Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) “comumente ocorrem de forma simultânea com o vício” (Flanagan et al., 2016). O açúcar é usado para aliviar o estresse traumático, propósito observado no uso de outras substâncias viciantes, tais como o álcool e as drogas.

Uma abordagem consciente do trauma revela-se essencial se estiver empenhado em superar um distúrbio alimentar ou administrar o peso de maneira eficaz. Para um resultado de sucesso, combine uma dieta saudável com o tratamento psicológico de traumas não resolvidos e trate a saúde integralmente, da cabeça aos pés.

Referências:

Kong S, Bernstein K. (2009). Childhood trauma as a predictor of eating psychopathology and its mediating variables in patients with eating disorders. Journal of clinical nursing. 18. 1897-907. 10.1111/j.1365-2702.2008.02740.x.

Flanagan JC, Korte KJ, Killeen TK, Back SE. Concurrent Treatment of Substance Use and PTSD. Curr. Psychiatry Rep. 2016 Aug;18(8):70. (doi: 10.1007/s11920-016-0709-y. PMID: 27278509; PMCID: PMC4928573).

Stojek MM, Maples-Keller JL, Dixon HD, Umpierrez GE, Gillespie CF, Michopoulos V. Associations of childhood trauma with food addiction and insulin resistance in African-American women with diabetes mellitus. Appetite. 2019 Oct 1;141:104317. (doi: 10.1016/j.appet.2019.104317. Epub 2019 Jun 8. PMID: 31185252; PMCID: PMC6629477.)

O que fazer para ser feliz (mesmo vindo de uma família tóxica)

O que fazer para ser feliz (mesmo vindo de uma família tóxica)
Qual é o caminho para a felicidade?

Qual é a importância da felicidade na sua vida? Você a considera quando toma decisões importantes ou tende a esquecê-la, pois se sente sobrecarregado com tanto caos e drama familiar? Se provém de uma família tóxica e é/foi vítima de abuso emocional, é comum apresentar uma tendência de negligenciar a própria felicidade para garantir um senso de (falsa) harmonia com os pais e irmãos, como quando se sente culpado por ter vontades, emoções e opiniões próprias e as sacrifica para não os aborrecer, ser rejeitado e, consequentemente, alienado do grupo, por exemplo. Naturalmente, revela-se como um desafio concentrar-se no que o faz feliz quando a atenção é constantemente divergida para os desentendimentos e a insegurança que causam.

Em Happiness by Design, o professor de ciência do comportamento da London School of Economics Paul Dolan propõe que, para vivermos uma vida feliz, precisamos direcionar a atenção para o que nos faz felizes e não para o que achamos que deva nos fazer felizes. As pesquisas de Dolan expuseram a grande diferença na perspectiva dos dois tipos de “eu”, the experiencing self (o eu que vivencia) e the remembering self (o eu que lembra) e como a nossa confiança no segundo não favorece a nossa felicidade (Dolan, 2014). O autor conclui que, para sermos felizes, precisamos conectar com as experiências no momento em que ocorrem para estabelecermos se nos afetam de forma positiva ou negativa, já que a informação proveniente destas é muito mais acurada do que a das lembranças que criamos.

Portanto, os filhos e filhas de mães narcisistas/abusivas/tóxicas que valorizam a felicidade e querem vivenciá-la na prática precisam atentar para o seguinte:

  • Seja cauteloso ao que dá atenção e com o tempo dispensado. Opte por dedicar-se a atividades e pessoas que o fazem – de fato – sentir-se bem, ou seja, leve, alegre, curioso, energético e animado, enquanto reduz a frequência ou corta o contato com aquelas que produzem o efeito oposto.
  • Não confie em versões de fatos que minimizam o efeito negativo que certas pessoas e circunstâncias provoca em você.
  • Honre o corpo de forma honesta e autêntica seguindo os valores que o favorecem, da cabeça aos pés, tolerando o desconforto que isso causa como um investimento na felicidade a longo prazo.

Embora a pressão cultural de negligenciar a própria felicidade para concentrar-se nas vontades dos pais seja defendida como correta, isso causa infelicidade a muitos. Contudo, é possível desvencilhar-se desta mentalidade medíocre e viver uma vida repleta de felicidade. Se precisa de ajuda para reavaliar os valores que o fazem se sentir preso aos relacionamentos disfuncionais, recomendo a leitura do meu novo livro, Desconstruindo a Família Disfuncional. O Prisioneiras do Espelho, Um Guia de Liberdade Pessoal para Filhas de Mães Narcisistas contém dicas práticas de como colocar-se em primeiro lugar, como através do corte de contato com a mãe narcisista/tóxica/abusiva.

Referência:

Dolan, P. (2014). Happiness by design: change what you do, not how you think. New York, New York: Hudson Street Press.

Palavras como armas: os efeitos crônicos do abuso verbal na infância

Se você anda por aí dizendo, “Paus e pedras podem quebrar os meus ossos, mas as palavras não me machucam” está na hora de reavaliar essa crença. A neurocientista Lisa Feldman Barrett explica em seu brilhante livro Seven and a Half Lessons About the Brain que a exposição ao abuso verbal durante um longo período produz efeitos prejudiciais significativos que vão além da baixa autoestima. Visto que as regiões do cérebro que processam a linguagem também controlam o interior do corpo, o abuso verbal também afeta o ritmo cardíaco, os níveis de glicose e o fluxo de substâncias químicas que sustentam o sistema imunológico. Assim como as palavras gentis ​​fazem-nos sentir amados, mais calmos e fortes; as agressivas têm o poder de prejudicar a saúde física.

As palavras, então, são ferramentas que regulam os corpos humanos. As palavras das outras pessoas têm um efeito direto na sua atividade cerebral e nos seus sistemas corporais, e as suas palavras têm o mesmo efeito nas outras pessoas. Se você tem ou não a intenção de afetá-las desta forma, isso é irrelevante. Fomos programados desta forma.

Lisa Feldman Barrett, 2020

Quando os indivíduos abusivos usam as palavras como armas para maltratar, manipular e controlar os outros, as suas vítimas também se tornam mais vulneráveis ​​à ansiedade, depressão, raiva, disfunção imunológica e a demais disfunções metabólicas, bem como aos distúrbios de humor quando se tornam jovens adultos. Diante de tais fatos, a conexão entre o abuso verbal e as doenças da mente e do corpo não deve mais ser menosprezada ou ignorada.

Palavras como armas os efeitos crônicos do abuso verbal na infância
Exposição ao abuso verbal pode prejudicar a sua saúde física

Embora o exposto seja concernente àqueles que trabalham na área de saúde mental, o que Barrett e outros neurocientistas demonstraram através de extensa pesquisa sobre os efeitos do abuso emocional e verbal não me surpreende. Como conselheira do trauma especializada no trauma de infância/desenvolvimento, tive vários clientes que cresceram em ambientes familiares altamente disfuncionais, e, atualmente, sofrem de, pelo menos, uma doença crônica ou vulnerabilidade física como as mencionadas. Curiosamente, seu início é percebido, em sua maioria, no final da adolescência ou na idade adulta, quando o corpo é submetido ao estresse crônico durante o desenvolvimento. Portanto, há grande probabilidade disso ter um efeito negativo nos sistemas imunológico, respiratório, digestivo, nervoso, endócrino e cardiovascular.

Chegou a hora da nossa cultura parar de normalizar o abuso verbal, seja na forma oral ou escrita. Se foi testemunha ou sofreu abuso verbal, lembre-se de como é tóxico para todos os envolvidos, e tome as medidas necessárias para impedir a sua perpetuação. Você pode fazer isso de modo autônomo, reavaliando as próprias crenças rígidas sobre a agressão verbal, as emoções negativas e vulnerabilidades, tais como, “Se eu deixar isso me afetar, significa que sou fraco”, por exemplo, comece a honrar como se sente com tolerância. Seja saindo da sua zona de conforto através do investimento proativo nos comportamentos assertivos ou participando abertamente de debates relacionados a abuso, pois ajudará a mudar não apenas a própria maneira de pensar, mas também a consciência coletiva.

 

Referência:

Barrett, L. F. (2020). Seven and a half lessons about the brain. Picador: London, UK.

 

Por que estou sempre com raiva? Entenda o vício da raiva

Sentir-se amado incondicionalmente pelo pai e/ou mãe é essencial para promover um senso saudável de autoestima. O amor incondicional é vivenciado quando a criança sente-se percebida, ouvida e vista de forma a satisfazer as necessidades básicas de seu desenvolvimento. Os pais que estão em sintonia com as emoções dos filhos com empatia e sem julgamento ajudam-lhes a cultivar um senso de integridade em seus corpos, mesmo quando afetados por emoções negativas intensas, tais como a vergonha, o medo e a raiva. A negligência (inclusive emocional) e o abuso sofrido durante a infância, entretanto, desembocam em trauma do desenvolvimento e sentimentos de baixa autoestima. Como esses são ativados com facilidade e não processados ​​funcionalmente com a ajuda de uma presença adulta emocionalmente consciente e madura, a criança em desenvolvimento torna-se suscetível a criar um relacionamento disfuncional com o seu mundo interior.

Por que estou sempre com raiva? Entenda o vício da raiva
A raiva ajuda-nos a regular os sentimentos de vulnerabilidade

As crianças que se sentem inadequadas por terem sentimentos negativos (ou, por vezes, sentimentos de qualquer natureza) devido à influência de pais abusivos e/ou (emocionalmente) negligentes têm pouco ou nenhum acesso a ferramentas funcionais para processá-los de modo saudável. Nesses casos, tendem a recorrer a estratégias de enfrentamento mal-adaptativas para lidarem com a vergonha, o medo de abandono e outros sentimentos que os fazem sentirem-se indignos de amor para recuperar alguma sensação de bem-estar, já que é lógico querer se sentir bem. Também é humano evitar o sofrimento e tentar controlá-lo. Os problemas surgem quando uma determinada estratégia se torna “a única” e, sobretudo, quando faz mais mal do que bem a longo prazo. Uma rara experiência de compulsão alimentar na frente da televisão é aceitável quando não é o meio exclusivo de tolerar a dor das perdas causadas pelo trauma. Quando isso é praticado diariamente para lidar com o estresse crônico, o luto não processado e os sentimentos de impotência e isolamento emocional, por exemplo, torna-se um vício.

A raiva – vivenciada predominantemente como uma emoção secundária – ajuda-nos a regular os sentimentos de vulnerabilidade. Sob a sua influência, nós nos sentimos dignos de respeito e direitos, bem como justificados, pois nos concede energia e poder, tornando-nos prontos para a luta e nos defendermos de quem ou o que quer que seja – inclusive sentimentos – que nos fazem sentir pequenos e magoados. Nesse estado elevado de agitação, experienciamos uma sensação de euforia que pode tornar-se viciante. Tal como aqueles que estão acima do peso e concentram-se apenas em fazer dieta, mas evitam explorar os mecanismos subjacentes que alimentam o vício da comida e, por essa razão, têm dificuldade de manter um peso saudável – os viciados na raiva permanecem zangados por negligenciar as emoções primárias que a desencadeiam. Portanto, a razão pela qual você está “sempre com raiva” pode estar centrada no medo, na relutância ou dificuldade de acessar as emoções mais profundas e dolorosas que carrega como resultado de anos de negligência (emocional) e/ou abuso.

Se se identifica com o acima relatado, recomendo o aconselhamento do trauma para lidar com os efeitos do trauma complexo, como a raiva acumulada e o vício nesta.

6 sinais de TEPT-C (Transtorno de Estresse Pós-traumático Complexo)

6 Signs of CPTSD
A dificuldade de regulação emocional está conectada ao TEPT-C

O Transtorno de Estresse Pós-traumático Complexo ou TEPT-C pode ocorrer como um efeito do trauma complexo, o qual resulta da exposição repetida a eventos adversos por um período prolongado. As filhas e filhos de pais narcisistas/tóxicos/abusivos e aqueles que cresceram e se desenvolveram em um ambiente altamente disfuncional são, portanto, propensos a terem sofrido abuso e negligência na infância (incluindo emocional) o que, por sua vez, aumenta a probabilidade de identificarem-se com os seguintes 6 sinais de TEPT-C:

1- Alta reatividade e dificuldades de regulação emocional: o trauma da infância mal resolvido está ligado ao luto não processado, à raiva acumulada e aos sentimentos profundos de solidão e depressão do abandono que requerem esforços conscientes para serem administrados. Devido à hipervigilância, contudo, os sentimentos de ansiedade surgem rápida e facilmente, tornando mais difícil compreender e gerenciar a vida interior. Portanto, as emoções são frequentemente sentidas de forma intensa e sem uma sensação de correspondência ou mesmo de pertença a um contexto específico.

2- Mudanças na consciência: dissociação, dificuldade de recordar os eventos traumáticos, inclusive emoções relacionadas a estes.

3- Autoimagem negativa: fortes crenças negativas sobre si próprio que são sentidas no corpo mesmo quando não correspondem ao pensamento objetivo (“Sei que sou competente/bom o suficiente/digno de ser amado, mas não me sinto assim”). Presença de um crítico interno influente, tendência a ver o mundo em preto e branco e síndrome do impostor são comuns.

4- Dificuldades na área dos relacionamentos: dificuldade de confiar nos outros e ver os relacionamentos como fontes de bem-estar. Tendência natural de gravitar em torno de indivíduos abusivos/tóxicos e relacionamentos codependentes e emocionalmente dependentes, uma vez que parecem familiares e criam uma falsa sensação de segurança.

5- Percepção distorcida do abusador: ver o abusador como todo poderoso e capaz de causar dor contínua, controlar ou mesmo destruir vidas, mesmo quando é muito mais velho(a), física e mentalmente mais fraco(a) e emocionalmente imaturo(a), por exemplo. Tendência a ficar obcecado por se sentir ouvido e ter as emoções e experiências validadas por este, bem como nutrir pensamentos e fantasias recorrentes sobre conversas, acerto de contas e planos de vingança.

6- Perda dos sistemas de significados: sentimentos de desesperança e perda de propósito em relação ao mundo, à vida, às pessoas e à espiritualidade.

Outros sintomas incluem: dor no peito, dores de cabeça frequentes, enxaqueca, armouring, bruxismo, problemas gastrointestinais, baixa libido, dificuldade de apreciar o sexo, sistema imunológico enfraquecido, distúrbios do sono, flashbacks, comportamentos de evitação, pensamentos suicidas, maior suscetibilidade a comportamentos que desembocam em vício e depressão.

Se se identificou com o relatado, saiba que o tratamento do TEPT-C é possível através de uma atitude consciente e proativa que inclui uma combinação da terapia do trauma, tal como a de EMDR Focada no Apego, e medidas de cuidado pessoal.

3 sinais de que você tem uma percepção distorcida de quem a abusou

3 sinais de que você tem uma percepção distorcida de quem a abusou
Manter uma percepção distorcida de quem abusa é uma experiência comum entre as vítimas de abuso

Você se sente emocionalmente perturbada e insegura em relação a quem a abusou, mesmo após ter cortado o contato? Para compreender como o julgamento é afetado pelo trauma, elenca-se 3 sinais de que você tem uma percepção distorcida de quem a abusou:

1- Você esquece as vulnerabilidades de quem a abusou

Os indivíduos abusivos usam o carisma e a influência, bem como o medo, a vergonha e culpa para controlar e manipular os outros, portanto, a sua “força” depende da capacidade de envolver as vítimas e fazê-las sentirem-se inseguras. Sem esse controle sobre o outro, no entanto, perdem a “confiança” e, sobretudo, o senso de poder. Como resultado, sentem-se inseguros e perdidos. Sentindo-se desconcertado pela própria inadequação, a falta de empatia e raiva acumulada deles vêm à tona expondo as vulnerabilidades. Quando você cria o hábito de se lembrar desses momentos e das fraquezas de quem a abusou, você o(a) humaniza enquanto se empodera.

2- Você se perde na realidade subjetiva de quem a abusou

Se as opiniões tendenciosas de quem a abusou continuam permeando e corrompendo a sua mente quando está no processo de tomar decisões importantes, de autorreflexão ou contemplação de mudanças, ainda está vivendo de acordo com a versão da realidade dele(a) e não com a sua. Sempre que notar a presença de quem a abusou em sua cabeça, educadamente, com humor ou até mesmo de forma agressiva, descarte esse pensamento disfuncional e improdutivo, imediatamente. Em seguida, reconecte-se com o corpo e a mente com amor, apreço e respeito por si própria.

3- Você se esquece de como é resiliente

O abuso de qualquer natureza, seja verbal, física (violência doméstica), sexual ou emocional/ psicológica, é prejudicial a qualquer pessoa, exposta de forma direta ou indireta (também conhecido como abuso vicário). Como os efeitos do trauma causado pelo abuso são numerosos, o fato de estar fazendo o melhor que pode para curá-lo e levar uma vida equilibrada e gratificante mostra o quão é resiliente. Quando age passivamente quando se sente menos do que o seu agressor, a vergonha e a culpa dominam e a conexão com o eu adulto e centrado é, temporariamente, perdida.

Embora manter uma percepção distorcida de quem abusa seja uma experiência comum entre as vítimas de abuso, é útil reiterar que constitui um dos efeitos do trauma de ordem complexa. Desta forma, quando perceber que desconfia do próprio julgamento acerca do caráter de quem a abusou e do sofrimento que sentiu, faz-se vital organizar os pensamentos e se distanciar dos sentimentos para dar espaço, novamente, à sua verdade e ao seu saudável senso de autodireção.