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O que fazer e não fazer quando se dá apoio emocional a alguém

O que fazer e não fazer quando se dá apoio emocional a alguém
Dar apoio emocional não é tão simples quanto se imagina

Dar apoio emocional não é tão simples quanto se imagina. Quando reconhecemos que crescemos e nos desenvolvemos em um ambiente de negligência emocional e perfeccionismo, fica claro como a falta de intimidade emocional afeta a nossa capacidade de lidar naturalmente com os sentimentos. O hábito de nos distanciarmos dos sentimentos, especialmente quando negativos, bem como recusar-nos a valorizar a sua sabedoria e a nossa própria vulnerabilidade apenas contribuem para que criemos uma distância ainda maior com os outros e conosco mesmo. Se você quiser mudar esse cenário e se sentir mais conectado, elencam-se 5 dicas para o que fazer e não fazer quando se dá apoio emocional a alguém:

1- Não se concentre em resolver o problema

O conceito de “apoio emocional” é autoexplicativo, ou seja, não se trata de um processo de criação de ideias para se resolver um problema, mas de dar suporte aos sentimentos que nos cercam. A menos que haja um pedido explícito de ajuda, não estamos à procura de conselhos práticos quando falamos sobre as questões que nos preocupam ou incomodam. Vale a pena notar que a vontade de “ajudar” e resolver os problemas ou aflições das outras pessoas, inclusive quando a ajuda não é necessária nem solicitada, está no cerne de um comportamento codependente.

2- Concentre-se nos sentimentos

O apoio emocional vem da sintonia de compreender a necessidade de outra pessoa de ter os sentimentos reconhecidos. Não há nada mais reconfortante quando nos sentimos para baixo, frustrados ou ansiosos, por exemplo, do que ter alguém, ao nosso lado, que respeite a nossa inadequação, validando a maneira como nos sentimos. Quando você diz para alguém que está sofrendo de angústia, “Percebo como isso afeta você”, independente do que esteja acontecendo, ou se concorda com a razão ou a reação emocional da pessoa, você a faz se sentir vista, aceita e compreendida.

3- Direcione o foco da atenção para o outro e não para si mesmo

A nossa complexidade como indivíduo é tamanha que nenhuma experiência é sentida de igual maneira por duas pessoas diferentes. Assim que você começa a falar a respeito de sua experiência, com exemplos de como você lidou com uma questão semelhante à mencionada pela outra pessoa, o foco da conversa volta-se para você. Como mencionado anteriormente, o apoio emocional não se trata de uma análise ou comparação de experiências e, supostamente, do aprendizado que resulta destas, mas de perceber e lidar com os sentimentos.

4- Não antagonize o outro

Antagonizar é contrariar, discordar ou causar aborrecimento a outrem, ou seja, o oposto de “apoiar”. Enquanto uma pessoa emocionalmente congruente e complacente favorece a expressão e o reconhecimento dos sentimentos, seja em si mesmo ou nos outros, uma pessoa antagonista, egoísta ou emocionalmente negligente, no entanto, tem o hábito de ignorá-los, reprimi-los, evitá-los, negá-los ou banalizá-los. Quando você se comporta como esta última, não está oferecendo apoio emocional, mas alienando o outro. Você pode fazer isso de forma bastante automática, involuntária e inconsciente, usando o julgamento e chavões do senso comum, discurso motivacional ou um excesso de psicologia positiva, por exemplo.

5- Seja empático

A empatia é como um espelho, ou a capacidade de sentir, ver e experienciar o que o outro está sentindo, vendo ou vivenciando. Em outras palavras, quando alguém se sente triste, com raiva, com medo ou repugnado, esses são os sentimentos nos quais você se concentra e procura validar. Além disso, você exibe uma atitude empática quando faz o seguinte:

– Escuta o outro

Deixe a pessoa falar e não a interrompa. Não se apresse em providenciar aquele lenço ou copo d’água, mas se concentre primeiro no que a pessoa tem a dizer.

–  Tolera a inadequação

Seja emocionalmente tolerante, permitindo a expressão e fluxo das emoções.

– Concorda com o outro

Coloque-se em seu lugar e tente ver o mundo a partir de sua perspectiva.

– Se não souber o que dizer, sugiro o seguinte:

“Entendo como se sente”

“Deve ter sido difícil para você”

“Eu vejo como isso a angustia”

“Eu também odeio quando isso acontece”

“Entendo. Isso deve ter sido muito chato para você”

 “Sentir-se ansioso é uma merda, não é?”

“Você me parece estar com raiva, o que aconteceu?”

“É horrível quando isso acontece”

“Você deve ter se sentido superdesconfortável”

“Eu entendo que isso não é fácil para você”

“Sinto muito que se sinta assim”

“Eu entendo o seu ponto”

“Isso é triste/horrível/irritante!”

“Eu entendo como isso deve ter afetado você”

“Deve ser um saco sentir-se desta maneira!”

– Dê ao outro um sinal de afeto

Se tem um relacionamento íntimo com a outra pessoa, você também pode oferecer um abraço ou um beijo, desde que já tenha terminado de falar e lidado com os seus sentimentos de inadequação.

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