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Para o codependente em recuperação: mecanismos para efetivamente dizer não

Para o codependente em recuperação: mecanismos para efetivamente dizer não
A pessoa emocionalmente madura consegue dizer não

Se você for codependente, tanto seu senso de segurança quanto sua identidade dependem de sua capacidade de agradar e de ser querido pelos outros. Os codependentes também são emocionalmente dependentes porque se baseiam em outras pessoas para equilibrarem sentimentos e emoções negativas. Em virtude do trauma relacional vivido, com frequência se sentem ansiosos num relacionamento. Na tentativa de aliviarem o desconforto emocional, se voltam para fora de si mesmos e se dedicam a fazer os outros se sentirem bem. Quando se sente aprovado na relação com o outro, experimenta a sensação de ser valorizado e digno de ser amado, isto torna o seu estado de inadequação um pouco mais administrável.

Esse padrão torna quase impossível o codependente se sentir em paz consigo mesmo ao dizer um não e, por isso, evita-o a todo custo. Desse modo, sacrifica a própria felicidade e o bem-estar pelos outros, não necessariamente porque sejam legais, gentis, prestativos e amigáveis, mas por ser motivado pela insegurança e pelo medo de rejeição.

Portanto, como um codependente em recuperação pode quebrar esse padrão e começar a priorizar as próprias necessidades, seus desejos e interesses sem se sentir culpado, com medo e vergonha? Sabendo dizer não e tolerando o desconforto. Tolerar a inadequação é senti-la enquanto a observa sem julgamento. Sobretudo, é resistir o impulso de agir, isso é uma das maiores habilidades do emocionalmente autônomo. A pessoa emocionalmente madura consegue dizer não, pois sabe que afetar os outros de maneiras negativas – mesmo que não seja intencional – é humano e inevitável. Tendo consciência disso, é capaz de tolerar o próprio desconforto e o dos outros, pois está ciente de que não tem responsabilidade sobre a dor emocional dos outros, sem abdicar de ter empatia.

Devido à nossa capacidade de sentirmos e processarmos os sentimentos e as emoções negativas, somos equipados para lidar com a decepção após a recusa de algo desejado. Portanto, se está tentando superar a codependência, é vital não concordar com todos e com tudo que lhe seja pedido, afinal dizer não é apenas se sentar com o desconforto que o comportamento possa desencadear. Resista ao impulso de voltar atrás no que disse, mudar de ideia, explicar as razões para agir da maneira que age, pedir desculpas e se comprometer. Além disso, aceite o fato de que seu corpo precisa de tempo para se ajustar a uma nova atitude. Com paciência e perseverança, a sua assertividade permitirá que floresça o seu eu autêntico, o qual, uma vez plenamente sentido e vivenciado, revolucionará – de modo mais saudável e funcional – a sua forma de pensar, agir e sentir levando-o, naturalmente, à independência.

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